La Goulue

Nome original: Louise Joséphine Weber
Nascimento: 13 de julho de 1866 – Clichy, França
Morte: 29 de janeiro de 1929 – Paris, França

Originária da Alsácia, ajudante de lavadeira, La Goulue (A Gulosa) fez sucesso rapidamente e virou o símbolo do Moulin Rouge. Ela tinha apenas 16 anos. Todavia, foi esquecida com a mesma rapidez. La Goulue brincava com o fetichismo da época e se distinguia por sua sensualidade grosseira.

Pesquisa realizada por: Juliana Thiré (Discente de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)

Galeria de fotos:

Links de vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=HekiZQwuzM0 – Ao final do vídeo, a imagem em movimento da dançarina é de 1925, já no final de sua vida.

Mais sobre sua biografia:

Inaugurado havia dois anos por Charles Ziedler, o Moulin Rouge passava por um período de estagnação comercial e Ziedler confiou ao pintor Toulouse-Lautrec a tarefa de comunicar a nova fase do seu negócio. Ele acertou em cheio, pintando La Goulue no cartaz que forrou os muros parisienses e trouxe de volta o público à casa noturna.

Era início dos anos 1890, e o seu estilo provocador e seu comportamento sensual eram a principal atração do cabaré. Yvette Guilbert contava que os caracóis rebeldes da sua trança se transformaram em moda nos maiores palcos dos teatros de revista de Paris e de Nova York.

Ex-trapezista do circo Fernando e conhecida por “seu insaciável apetite na ampla acepção do termo”, La Goulue se distinguia pela sensualidade grosseira e enlouquecia a plateia levantando sua saia e tirando o chapéu dos homens com a ponta dos pés. Usava “calcinhas com um coração bordado na parte de trás” e brincava com o fetichismo da época. La Goulue virou o símbolo do Moulin Rouge.

O ponto alto do lugar (Moulin Rouge) era o “chahut”, a desavergonhada quadrilha francesa descrita em textos repletos de ironia pelas revistas e pelos guias turísticos. Entre as vedetes, a mais célebre foi Louise Weber, conhecida como La Goulue, que também virou a modelo favorita do pintor Lautrec.

Cinco anos mais tarde (1895), já famosa e rica, La Goulue deixa o Moulin Rouge para seguir uma carreira diferente: monta uma tenda no Foire da Place du Trône, onde apresentava danças exóticas, que alcançaram seu auge durante as exposições universais.

Numa carta endereçada a Lautrec em 8 de abril desse mesmo ano, La Goulue pediu ao artista ajuda para a decoração de seu espetáculo. Empolgado com a ideia de realizar dois painéis a serem expostos ao ar livre, o artista produziu duas pinturas a serem colocadas à direita e à esquerda da entrada do pavilhão, celebrando o passado e o presente da bailarina.

À esquerda, ela foi retratada numa pintura que se aproxima do Baile do Moulin Rouge: La Goulue com seu parceiro Valentin, Le Désossé (o Desossado). No painel à direita, ela apresenta a dança do ventre a Lautrec, à vedete Jane Avril, ao primo de Lautrec, ao escritor inglês Oscar Wilde e ao crítico Félix Fénéon. Uma homenagem derradeira à estrela de Montmartre, já em declínio.

Encerradas as apresentações da La Foire, La Goulue dedicou-se às mais variadas profissões para sobreviver: foi florista, lutadora na feira de Neuilly, domadora e mulher-canhão. Ela se casou com o mágico Joseph-Nicolas Droxler, eles trabalharam em circos entre 1904 e 1907, até que foram atacados por um puma. O marido morre na Primeira Guerra Mundial e o filho em 1923, aos 27 anos. Após essas perdas dolorosas, La Goulue mergulha em depressão e no alcoolismo.

La Goulue, agora Madame Louise, passou a viver numa casa-reboque mas mantinha um quartinho em Montmartre e, deixando seu trailer e o orgulho de lado, vez por outra, ia à porta do Moulin Rouge vender cigarros e fósforos. Quando reconhecida, dava autógrafos e era levada ao palco.

Cercada de cães e gatos, animais doentes e dos rejeitados da sociedade, sofrendo de retenção de líquidos, Madame Louise teve um derrame e morreu após dez dias de agonia em 29 de janeiro de 1929, aos 62 anos.

No enterro no cemitério de Pantin, ninguém apareceu, além de Pierre Lazareff, assistente da direção artística do Moulin Rouge. Em 1992, atendendo os pedidos do bisneto de La Goulue, Michel Souvais, o prefeito de Paris, Jacques Chirac, ordenou que seus restos mortais fossem transferidos para o cemitério de Montmartre.

Referências Bibliográficas:

Minibiografia de “La Goulue”, musa de Toulouse Lautrec e dançarina do Moulin Rouge. BiografiasGLS. Disponível em: <http://biografiasgls.blogspot.com/2016/03/minibiografia-de-la-goulue-musa-de.html>. Acesso em 23 jan. 2019

La Goulue. Akg Images. Disponível em: <https://www.akg-images.fr/archive/-2UMDHURXJSI5.html>. Acesso em 23 jan. 2019