Saudações cabaretas!
O projeto Cabaré Incoerente segue movimentando a universidade trazendo artistas da comunidade externa para dialogar e ampliar os horizontes dos estudantes.
No dia 18 de janeiro de 2022, aconteceu o II Ciclo de Debates – Diálogos Incoerentes: Cartografia das Artes da Noite. o evento reuniu aproximadamente 30 pessoas na sala audiovisual e trouxe como tema: “Resistências raciais na arte de cabaré: desembranqucendo a arte marginal”. Um tema urgente e essencial para discutirmos dentro da academia.
Afinal, a Não-Branquitude na arte de Cabaré vive um processo de tra(d)ição que tem como principal interesse quebrar a arte canônica européia e a própria arte de Cabaré em sua origem. É importante lembrarmos que o Cabaré tem uma origem européia e embranquecida trazida por uma elite que sequestrou a cultura de corpos não-brancos por serem exóticos aos olhos fetichizantes do colonizador. Os corpos ditos como racializados resistem e “re-existem” nos espaços de artes marginalizadas por não se submeterem à pressão de uma estrutura cis-branca-normativa. Assim, enquanto ocupam e se fazem presente nesses espaços, recuperam e resgatam as suas histórias e culturas que foram incansavelmente apropriadas e exploradas.

Com curadoria de Olívia Gold, a mesa convocou quatro artistas para participar da conversa. Winona Ryder, multiartista e produtora cultural. Nascida e criada no morro do Sereno, Winona é indígena em retomada e em contexto urbano.
Palloma Maremoto, que além de atriz e uma das drag queens mais destacadas do país, é também a fundadora da Casa Maremoto, que oferece oficinas e cursos regulares de maquiagem.
João Gomes é professor, poeta e historiador. Atualmente atua como assessor da superintendência de políticas lgbtquia+ dentro da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do RJ.
Já a mediação do debate ficou por conta da artista Mavi Lore. Cria da baixada, Mavi explora diversas linguagens artísticas,cruzando circo, teatro e dança. Além de ser aluna de Pedagogia na UNIRIO, Mavi também trabalha como produtora cultural e é ativa dentro da cena de ballroom do Rio de Janeiro.
Com uma turma pesada dessa, não tinha como a gente não hablar muito, né?
Todas as pessoas presentes estavam atentas e interessadas durante todo o bate papo, e no final o público teve a oportunidade de fazer perguntas livres para os convidades.
Após o debate, a turma do cabaré conversou de forma mais informal com as artistas e agradeceram pela disponibilidade e presença no evento.
Ah, e além de uma experiência maravilhosa, o projeto “Diálogos Incoerentes” conta com certificado para os inscritos, dando a possibilidade do aluno ganhar horas extras.
Ou seja, o Cabaré Incoerente segue entregando tudo e mais um pouco!!!