Hugo Ball

Nascimento: Pirmasens, Alemanha em 22 de fevereiro de 1886
Morte:
Sant’Abbondio, Suíça em 14 de setembro de 1927

Hugo Ball estudou filosofia, literatura e teatro na Alemanha. Era poeta e pianista. Em 1914, início da Primeira Guerra Mundial, fugiu do serviço militar alemão indo para Zurique, na Suíça com sua esposa, Emmy Hennings. Os dois viajavam pelo País com uma empresa de variedades, o Kabaret Flamingo, por salários ínfimos como forma de sair da pobreza. Em 1916, conseguiu um lugar fixo e, com a contribuição de outros artistas, inaugurou o Cabaré Voltaire. Hugo Ball era um dos principais artistas do Dadaísmo, escreveu o primeiro Manifesto Dada, sendo considerado por muitos teóricos o inventor da poesia fonética (poemas sonoros, sem palavras). A partir de 1918 dedicou-se a estudar teologia, história e arte da religião, levando uma vida reclusa escrevia livros sem perder de vista o objetivo: fazer uma crítica ideológica radical ao mundo moderno depois do desastre da Primeira Guerra Mundial.

 

Pesquisa realizada por: Juliana Thiré (Discente de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)

 

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Mais sobre sua biografia:

Hugo Ball nasceu na Alemanha de 1886 e lá estudou filosofia, literatura e direito, nas Universidades de Munique e Heidelberg, em 1906/1907. Frequentou a Max Reinhardt Of Dramatic Art, colaborando com o próprio Max como dramaturgo, encenador, pianista, ensaísta e romancista, inteirando-se das vanguardas e ideologias do início do século XX. Frequentava o “Café dês Westens” para discutir política e ideias com colegas e artistas pensadores.

Em 1914, início da Primeira Guerra Mundial, Hugo Ball foge do serviço militar alemão com sua esposa Emmy Hennings para a Suíça.

Passaram então a viajar pela Suíça com uma empresa de variedades, o Kabaret Flamingo, ele como pianista e Emmy como cantora e declamadora de seus poemas, acompanhando uma trupe de músicos, contorcionistas, cuspidores de fogo, engolidores de espadas e equilibristas, visitando diferentes cidades por salários ínfimos como forma de sair da pobreza.

No ano de 1916 Ball decidiu que precisavam de um lugar fixo. Era muito ambicioso e exigente. Visto que Zurique era o refúgio de vários personagens irregulares, como muitos artistas europeus fugidos da Guerra, Ball pediu aos amigos próximos e distantes para que lhe emprestassem quadros para decorar a parede e versos para serem declamados. A casa, também emprestada, logo foi transformada num lugar de encontro, reunindo uma metralhadora de versos a cada noite em várias línguas. Noites temáticas também foram organizadas, era o surgimento do famoso Cabaré Voltaire, berço do que viria a ser o movimento Dadá.

Hugo Ball escreveu o 1º Manifesto Dadá, reescrito em 1918 por Tristan Tzara que descreve como “a volta a um primitivismo árido e ruidoso, ruidoso e monótono”, e protestava contra “o vergonhoso fato de haver uma guerra no século XX”. Foi considerado por muitos teóricos o inventor da poesia fonética, poemas sonoros, silábicos, sem palavra alguma. “Com esses poemas sonoros, nós queríamos prescindir da linguagem que o jornalismo tinha tornado desolada e impossível” diz Hugo Ball justificando as intenções. Exemplos de sua autoria: “Karawane” e “Gadji beri bimba”.

Hugo Ball também escreveu poemas com palavras, que não obedecia a nenhuma norma da escrita convencional e tentava no processo criativo o acesso ao inconsciente bastante explorado na época, sendo um deles chamado de “O Sol”.

A partir de 1918 os registros de Hugo Ball se limitam aos livros famosíssimos que escreveu levando uma vida reclusa, dedicado a estudar teologia, história e arte da religião, mas nunca perdeu de vista um objetivo central: fazer uma crítica ideológica radical ao mundo moderno depois do desastre da Primeira Guerra Mundial.

Uma de suas obras se chama “Flametti ou Dandismo dos Pobres” – uma espécie de diário “entre a ficção e a incrível dura realidade”, uma história da ousadia em locais variados do submundo de Zurique que percorreu antes da criação do Cabaret Voltaire, durante a Grande Guerra. Os personagens são reais, retrata a vida escorrendo, a miséria e as pequenas conquistas. Euforia pela arte popular e espontânea, a fome, o circo, as drogas, a polícia, a guerra; e fusão eterna entre necessidades e desejos, entre a mesquinhez e a boemia.

Outra obra foi “Deus depois de Dadá – ou Crítica à inteligência alemã” escrita em 1919 – uma crítica à inteligência alemã moderna, examinando a dinâmica intelectual e ideológica de seu país. Foi um livro mais “sério” para sustentar a tese do livro lúdico (Flametti) lançado em 1918.

Hugo Ball morreu de câncer no estômago em Sant’Abbondio, na Suíça em 1927, vinte anos antes de sua mulher.

 

Referências bibliográficas:

http://leedor.com/2017/02/22/hugo-ball-puro-dadaismo/

http://artelit2015.blogspot.com.br/2015/06/poema-dadaista-hugo-ball.html

http://sopanomel.blogspot.com.br/2012/01/manifesto-dadaista-de-tristan-tzara-de.html

https://www.poets.org/poetsorg/poem/karawane

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hugo_Ball

http://www.cursodehistoriadaarte.com.br/lopreto/index.php/arte-teatro-e-poesia-hugo-ball-1886-1927/