Tristan Tzara

Nascimento: Moinesti, Romênia 16 de abril de 1896
Morte: Paris, França em 25 de dezembro de 1963

Tristan Tzara, cujo verdadeiro nome era Samuel Rosenstock (também conhecido como S. Samyro), foi um poeta, ensaísta e artista de vanguarda romeno e francês. Também atuando como jornalista, dramaturgo, crítico literário e de arte, compositor e diretor de cinema, ele era conhecido por ser um dos fundadores e figuras centrais do Dadaísmo. Em 1915 adotou o pseudônimo pelo qual ficou realmente conhecido, que significa “triste em meu país”. No mesmo ano mudou-se para Zurique, para estudar ciências humanas e filosofia. Ali se converteu em um dos fundadores do Cabaré Voltaire.

 

Pesquisa realizada por: Álvaro Victor e Luana Valentim (Discentes de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)

 

Galeria de fotos:

 

Links de vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=y2ePnsZ2DMo (Entrevista na década de cinquenta)

https://www.youtube.com/watch?v=_3sNiiOlvjU&t=48s (Manifesto Dadaísta)

https://www.youtube.com/watch?v=fkl92oV1kMc&t=53s (Cabaré Voltaire)

 

Mais sobre sua biografia:

Tristan Tzara começou a escrever poesia muito cedo e, aos dezessete anos, influênciado por Adrian Maniu e interessado no simbolismo, co-fundou a revista Simbolul com Ion Vinea (com quem também escreveu poesia experimental) e o pintor Marcel Janco. Tzara foi um influente autor e intérprete, cuja contribuição ter criado uma conexão do Cubismo, do Situacionismo e do Futurismo com a Geração Beat e várias correntes na música rock. Amigo e colaborador de muitas figuras modernistas, foi amante do dançarino Maja Kruscek quando jovem e mais tarde foi casado com a artista e poeta sueca Greta Knutson.

Juntamente com Hugo Ball e Hans Arp, Tristan Tzara foi um dos criadores e líder do movimento dadaísta: movimento artístico da chamada vanguarda artística moderna iniciado em Zurique, em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado Cabaret Voltaire. Sua obra representava o lado niilista de Dada, em contraste com a abordagem mais moderada favorecida por Hugo Ball.

A primeira obra prima de Tristan Tzara surgiu em consequência das primeiras movimentações do dadaísmo, sendo intitulada “La première aventure céleste de Monsier Antipyrine”. No ano seguinte, publicou outros escritos poéticos nas revistas parisienses Sic e Nord-Sud, mas sua grande estreia no panorama literário europeu do início do século XX ocorreu em 1918, quando foi impresso o célebre Manifesto Dadá, que defendia, mais do que postulados estéticos concretos e bem definidos, uma atitude rebelde e transgressora diante de qualquer manifestação da cultura tradicional:

 

“[…] Todo produto da aversão suscetível de se tornar uma negação da família é dadá; protesto com toda a sua força em ação destrutiva: DADÁ; conhecimento de todos os meios rejeitados até agora pelo sexo pudico do compromisso cômodo e da polidez: DADÁ; abolição da lógica, dança dos incapazes de criação: DADÁ; de toda hierarquia e equação social estabelecidas pelos valores por nossos criados: DADÁ; cada objeto, todos os objetos, os sentimentos e as obscuridades, as aparições e o choque preciso de linhas paralelas, são meios para o combate: DADÁ; abolição da memória: DADÁ; abolição da arqueologia: DADÁ; abolição dos profetas: DADÁ; abolição do futuro: DADÁ; crença absoluta indiscutível em cada deus produto imediato da espontaneidade: DADÁ; salto elegante e sem preconceito de uma harmonia para outra esfera; trajetória de uma palavra atirada como um disco sonoro grito; respeitar todas as individualidades na sua loucura do momento: séria, temerosa, tímida, ardente, vigorosa, decidida ou entusiasmada; despojar sua igreja de todos os acessórios inúteis e pesados; cuspir como uma cascata luminosa o pensamento desagradável ou amoroso, ou acalentá-lo — com a viva satisfação de que tudo é igual — com a mesma intensidade na moita, livre de insetos para o sangue bem-nascido, e dourado com corpos de arcanjos, com sua própria alma. Liberdade: DADÁ DADÁ DADÁ, alarido de dores crispadas, entrelaçamento dos contrários e de todas as contradições, dos grotescos, das inconsequências: A VIDA.” (Trecho do Manifesto Dadaísta)

 

Em suas primeiras manifestações poéticas apresenta-se uma busca de aniquilar a linguagem poética tradicional, aspirando também à destruição dos códigos morais e culturais de um mundo que, para os dadaístas, encontra-se em franca decomposição. Não se trata, portanto, da mera proposta de revitalização estética da arte e da literatura, mas de uma poderosa força destrutiva que quer minar a sociedade agindo sobre um de seus pilares básicos: a linguagem e o conjunto de códigos e valores que encerra.

Como poeta, adverte que seus únicos instrumentos de luta são as palavras e que o campo de ação no qual exercita sua proposta revolucionária é a linguagem. Sua poesia juvenil busca a decomposição da sintaxe, a associação de termos incompatíveis dentro do pensamento lógico, o acúmulo de ritmos caóticos que acentuam a sensação de ruptura e, definitivamente, a essência de uma nova poesia derivada da fragmentação e da desconstrução do poema tradicional.

Em virtude do clima político de intolerância na Alemanha, que prenuncia a Segunda Guerra Mundial, seu fundador se une ao Partido Comunista em 1936 e luta na Resistência Francesa, depois da ocupação da França pelos nazistas. Produz uma poesia lírica, após essa fase, que revela preocupação com a angústia e a tragédia da condição humana.

Tzara morreu em Paris e foi enterrado no cemitério de Montparnasse.

 

“Os sinos tocam sem razão e nós também
os olhos das frutas nos olham atentamente
e todas as nossas ações são controladas não há nada
oculto.”
(In L’homme approximatif, 1931)

 

Referências bibliográficas:

LIPP, Terri Maxfield. Tristan Tzara. Disponível em: <http://tmlarts.com/tristan-tzara/&gt;. Acesso em 23 mai. 2018.

http://www.theartstory.org/artist-tzara-tristan.htm

Dutra, Neiva. Disponível em: <https://deanimaverbum.weebly.com/de-anima-verbum/tristan-tzara-o-revolucionario-do-caos-a-ordem&gt;