Liesl Karlstadt

Nascimento: Munique – 12 de dezembro de 1982
Morte: Garmisch-Partenkirchen – 27 de julho 1960

Elisabeth Wellano, mais conhecida como Liesl Karlstadt foi uma atriz, comediante, cantora e artista de cabaré. Parceira do comediante Karl Valentin, interpretou os mais variados “tipos” no teatro, no cinema, na televisão e no rádio – desde vendedor de discos até o seu famoso mestre de banda. Ela era tão convincente em seus papéis masculinos que muitos espectadores realmente a consideravam um homem. Foi uma das maiores comediantes alemãs do século 20.

Pesquisa realizada por: Vitória Carvalho (Discente de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)

Galeria de fotos:

1. Liesl em “O Gabinete do Riso” (1953).

2. Liesl em “Amor em pernas tortas” (1959).

3. Liesl em “Dois marinheiros no Alm” (1957).

4. Liesl e Karl Valentin em “Os mistérios de um salão de cabalereiro” (1922/23).

5. “Liesl Karlstadt como uma criança” (foto sem data).

6. “Liesl Karlstadt com uma foto de si mesma e uma mula” (1950).

7. Karl Valentin e Liesl Karlstadt em “O lançador de porco roncorrechado”.

8. Liesl Karlstadt em “The Firmling”.

9. “Liesl Karlstadt em um papel de calças em “Mädchenpensionat”

Links de Vídeos:

https://www.br.de/mediathek/video/im-schallplattenladen-1934-freiwillige-sanitaetskolonnenplatte-av:5a3c52d5a05d4c001c8427d4

https://www.br.de/nachrichten/karl-valentin-liesl-karlstadt104.html

Literatura:

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CDS

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DVDS

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Karl Valentin e Liesl Karlstadt. Os curtas-metragens mais populares (2006) . 5 DVDs, 106 min. Ascot Elite Home Entertainment.
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Karl Valentin e Liesl Karlstadt. Os curtas-metragens Nova edição (2008). 3 edição de DVD com muitos extras. KNM Home Entertainment.
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Mais sobre sua biografia:

Elisabeth Wellano, mais conhecida como Liesl Karlstadt, nasceu no dia 12 de dezembro de 1892 em Munique, Alemanha. Era a quinta dos nove filhos de uma pobre família italiana de padeiros. Para conseguir sobreviver, trabalhou como vendedora em uma loja de tecidos. Sonhando com uma carreira no palco, juntou-se a uma companhia de teatro, onde atuou como ‘soubrette’. Em 1911, ao se apresentar no Frankfurter Hof em Munique, conheceu o ator Karl Valentin, que a convidou para uma parceria.

Em 1913, Valentin e Wellano estavam juntos em um palco pela primeira vez. Os dois se complementavam perfeitamente e desenvolveram uma parceria de sucesso que duraria 26 anos. Apenas o nome Elisabeth Wellano já não se encaixava no conceito da dupla. Karl Valentin decidiu então “batizar” a sua parceira como Liesl Karlstadt.

Karl assumiu o papel do homem peculiar que, como Charlie Chaplin lutava contra os perigos da vida cotidiana, enquanto Liesl deu uma contrapartida com o senso comum. Muitos viram em Liesl mais do que uma sugestão para Karl Valentin. E, de fato, muitas ideias vieram da comediante, que também organizava a carreira de palco e encorajava seu parceiro quando ele era incapaz por causa de sua asma ou hipocondria. Juntos, eles formaram a mais famosa dupla comediante alemã do século 20.

Ao longo de sua vida, Liesl esteve na sombra de Valentin. Ela raramente era percebida como uma atriz independente, e sim, apenas uma “parceira simpática” e, sem dúvida, uma excelente fonte de inspiração para seu parceiro de palco. Não só ela tinha que escorregar em muitos papéis – ao contrário de Valentin, que sempre jogava apenas para si mesmo -, mas também para reagir a suas ideias repentinas e improvisações.

Depois de inúmeros filmes mudos cômicos na década de 1920, Liesl decidiu, em 1930, ter aulas de atuação profissional. Mas apesar de uma performance elogiada na peça “Sturm im Wasserglas”, sua fama continuou baseada em sua colaboração com Valentin, cuja sombra esmagadora ela nunca poderia resolver completamente. Particularmente, o relacionamento entre os dois nem sempre foi tão divertido quanto parecia em suas performances.

A cooperação com Valentin tornou-se cada vez mais difícil para Liesl. Em 1935 ela sofre um colapso nervoso. O último gatilho para isso foi a grande perda financeira que ela sofreu como resultado do fracasso do Panopticon – projeto que Valentin persuadira Karlstadt a investir todas as suas economias, e que resultou em um completo prejuízo. Com isso, Liesl tenta tirar a própria vida pulando no Rio Isar em abril de 1935. Ela é resgatada e chega ao hospital psiquiátrico em Nußbaumstraße.

Valentin fica profundamente abalado pelo ato desesperado de sua parceira e tenta animá-la com muitas cartas e visitas. Até certo ponto recuperada, Liesl aparece novamente com Valentin, mas o ímpeto e a alegria de jogar dos primeiros anos se foram. Em uma aparição no cabaré de comediantes em Berlim, ela cai em lágrimas no palco. As crises nervosas e as internações hospitalares são repetidas. Liesl é maltratada e cai repetidamente em profunda depressão. Devido a sua doença, ela culpa Valentin por todos os problemas.

De 1941- 47, Valentin não se apresenta mais em público. Ele se aposenta em sua casa em Planegg. Liesl ainda tem alguns compromissos como atriz, mas sua saúde está prejudicada. Ela se recupera de uma maneira interessante – muda-se para o apartamento de um amigo em Ehrwald, no Tirol, onde passa a cuidar de mulas. Na paz e na reclusão das montanhas e em contato com os animais, Liesl se ‘encontra’ novamente.

Em 1947/48, a briga entre os dois parece finalmente resolvida. Ambos estão finalmente prontos para aproveitar novamente os antigos sucessos e algumas apresentações conjuntas são realizadas no velho Simpl e no cubo colorido de Munique. Nove dias antes da morte de Valentim, eles se apresentam juntos pela última vez.

Depois da morte de Valentin, Karlstadt continua a trabalhar como atriz, mas seu grande talento para transformação não é mais desafiado, seu papel é determinado. Ela se apresenta no teatro, no rádio, no cinema e na televisão, principalmente em programas de humor. Como “Mother Brandl” na série de rádio da manhã “The Brandls” ela tem grande sucesso e é extremamente popular com o público. Desenvolve cenas agradáveis e bem-humoradas da vida cotidiana, mas em nenhum momento ela pode desenvolver o humor enigmático e muitas vezes anárquico de seu auge como parceira de Valentin.

Em 27 de julho de 1960, durante as férias em Garmisch-Partenkirchen, Liesl morre de derrame cerebral. Ela está enterrada no cemitério de Munique-Bogenhausen. Em seu tumulo, encontra-se um coração pintado de vermelho com um fundo duplo.

Referências Bibliográficas:

SCHMIDT, Christine. Liesl Karlstadt. Dez 2017. Disponível em: < http://www.fembio.org/biographie.php/frau/biographie/liesl-karlstadt/ >. Acesso em: 25 abr. 2018.

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FILMPORTAL.DE. Liesl Karlstadt – Biografia, filmografia, fotos, literatura. Disponível em: <https://www.filmportal.de/person/liesl-karlstadt_a01650a6b1064b66af70df7f6fabbd1d>. Acesso em 25 abr 2018.

CATÁLOGO DA BIBLIOTECA NACIONAL ALEMÃ: KARLSTADT, LIESL, 1892-1960. Disponível em: <http://dispatch.opac.d-nb.de/DB=4.1/REL?PPN=118560247>. Acesso em 25 abr 2018.

MUNIQUE WIKI. Liesl-Karlstadt-Brunnen. Disponível em: <https://www.muenchenwiki.de/wiki/Liesl-Karlstadt-Brunnen>. Acesso em 25 abr 2018.

HISTÓRIA VIRTUAL – FILME. Liesl Karlstadt – Filmografia (com links), cartões de filmes, literatura. Disponível em: <http://film.virtual-history.com/person.php?personid=3072>. Acesso em 25 abr 2018.

Fonte das fotos: