Nascimento: 11/1/1892 – Berlim, Alemanha
Morte: 16/3/1978 (86 anos) – Kampen, Alemanha
Valeska Gert era dançarina, atriz, cineasta e estrela de cabaret. Pioneira como artista performática, ela investigou os limites das convenções sociais de sua época e, por meio de seu corpo, se expressou com intensidade anárquica e sem medo artístico. Pode ser considerada grotesca, intensa, zombeteira, patética ou furiosa. Suas danças teatrais buscavam, de uma forma simples, dançar os corpos dos odiados, dos desprezados, dos degenerados e dos marginalizados, os “Irrepresentaveis”. Esteve na vanguarda do movimento artístico, pavimentando, junto com diversos outros artistas, o caminho do cabaré, do dadaísmo, do punk e da liberdade.
Pesquisa realizada por: Luana Valentim e Vicente Conde (Discentes de Teatro da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO)
Galeria de fotos:
Links de vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=N2PD-GaAU14
https://www.youtube.com/watch?v=2Xgpvta0UMA
https://www.youtube.com/watch?v=53FksLi8NYM
https://www.youtube.com/watch?v=ppIr9lix–4
Mais sobre sua biografia:
Nasceu em Berlim em uma família Judia. Era a filha mais velha de Theodor Samosch e Augusta Rosenthal. Não exibiu nenhum interesse em uma carreira acadêmica ou de escritório e começou a fazer aula de dança com nove anos. Durante a Primeira Guerra Mundial, Gert se juntou a um grupo de dança e criou a revolucionária dança satírica. Ganhou popularidade com seu desempenho em peças como Hiob, de Oskar Kokoscha (1918), Transformation, de Ernst Toller (1919), e Franziska, de Frank Wedekind.
Em 1920, Gert estreou um de seus trabalhos mais provocativos, chamado “Pause”. A ideia era atrair atenção para a inatividade, o silencio, a serenidade e a quietude em meio a todo o movimento e caos da vida moderna. Ela subiu ao palco e apenas ficou ali, sem fazer nada. Outras performances progressivas de Gert incluíam dançar um acidente de trânsito, uma luta de boxe ou a morte. Ela era revolucionária e radical e nunca deixou de chocar e fascinar simultaneamente seu público. Quando ela dançou um orgasmo em Berlim em 1922, o público chamou a polícia. Durante esse tempo, ela se apresentou no famoso cabaré Schall und Rauch e também lançou uma turnê de suas próprias danças (Dance in Orange, Boxing, Circus, Japanese Grotesque, Death and Whore). Em 1923, Gert focou seu trabalho mais na indústria do cinema do que na performance. Trabahou com G. W. Pabst em filmes como Joyless Street (1925), Diary of a lost Girl (1929) e The Threepenny Opera (1931). No final dos anos vinte, ela volta aos palcos com peças que exploram a relação entre movimento e som.
O fato de Gert vir de uma família judia fez com que ela fosse banida dos palcos Alemães. Seu exílio da Alemanha a mandou para Londres, onde viveu durante cinco anos e trabalhou tanto no teatro como no cinema.
Em 1938, emigrou para os Estados Unidos, onde foi cuidada por uma comunidade judaica de refugiados. Encontrou trabalho lavando pratos e posando como modelo nu. Neste mesmo ano, ela contratou Gerog Kreisler, de 17 anos, como pianista de ensaio para continuar o foco no trabalho de cabaré.
Em 1941 abriu o “The Beggar Bar”, um cabaret restaurante em Nova York. Julian Beck, Judith Malina e Jackson Pollock trabalharam para ela. Tennesee Williams também trabalhou para ela por um curto período, mas foi demitido por se recusar a juntar suas gorjetas. Gert comentou que seu trabalho era desleixado.
Em 1944, Gert se mudou para Provincetown, Massachusetts, onde abriu Valeska’s.
Em 1947 ela voltou para a Europa. Foi a Berlim ilegalmente e abriu o cabaret Hexenküche (cozinha da bruxa) em 1948. Seguindo Hexenküche, ela abriu Ziegenstall (galpão da cabra) na ilha de Sylt.
Na década de 1960, ela fez seu retorno nos cinemas. Em 1965, ela teve um papel no filme Juliet of the Spirits, de Fellini. Em 1978, com 86 anos, foi convidada por Werner Herzog para interpretar o corretor de imóveis Knock no remake do clássico filme Nosferatu, de Murnau. O contrato foi assinado no dia primeiro de março, mas ela morreu duas semanas depois, antes do início as filmagens. No dia 18 de março de 1978, vizinhos e amigos em Kampen, Alemanha, relataram que ela não havia sido vista há quatro dias. Quando sua porta foi forçada na presença da polícia, ela foi encontrada morta. Acredita-se que tenha morrido em 16 de março. Em 2010, a arte de Valeska Gert foi apresentada no Museu de Berlim.
Referência Biográficas:
DRAIN, Richard. Twentieth-century Theatre: A Sourcebook. 1995. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=EvuJmrII5s8C&pg=PA33&ots=xVlJojHTxo&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false >. Acesso em: 09 mai. 2018.
JELAVICH, Peter. Belim Cabaret (E-book). Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=7LM6rCzUXXMC&pg=PA184&ots=tviawhB5yY&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false. Acesso em: 10 mai. 2018.